“Crescei e multiplicai-vos!” - disse o criador.
E nós acrescentamos: ... e não morreremos.
Lia ontem sobre pesquisa realizada pelo MMA a respeito de consciência ambiental, apontando um crescimento de 14% desde a ECO-92. A população brasileira vem aumentado discretamente esta consciência, num percentual de quase 1% ao ano desde então. Ainda precisamos caminhar muito.
O fato me fez lembrar de um e-mail recebido esta semana, que ironizava com o crescimento da indústria farmacêutica da virilidade e do silicone em detrimento das pesquisas para a cura do "Mal de Alzheimer". O texto previa um futuro onde anciãos de seios grandes e membros rijos se olhariam e perguntariam: para quê?
Pensando nisto tracei um paralelo entre consciência ambiental e a eterna preocupação do homem civilizado com a descoberta do segredo da eterna juventude e longevidade.
Num mundo onde os problemas ambientais agigantam-se a cada ano - desmatamento agressivo, emissão de gases efeito estufa, aquecimento global, escassez de água, redução da camada de ozônio, produção desenfreada de lixo - percebemos que, em contrapartida, o crescimento da consciência ambiental não consegue acompanhar a exacerbada corrida em direção à longevidade. Daí me veio a pergunta: como ficará esta população, que além de crescer assustadoramente, quer cada vez viver mais e mais; enquanto que o planeta que a hospeda tem a cada ano sua longevidade ameaçada e diminuída?
Um mundo velho e doente lotado de jovens saudáveis. Será isto possível?
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(Sarah >maio/2006)
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