sábado, setembro 16, 2006

Espelho

......................................... ........ (foto: Eolo Perfido)

[comentário off topic: ... nossa, eu amei esta foto ... Perfeita!]



Faltava preencher o absoluto vazio deixado entre os rastros de uma noite suja, perdida no tempo. Seria a ausência de um misterioso encantamento antes impresso no brilho preto e radiante daquele olho?
Um olho brilhante e negro ele tinha, era feliz e bem desenhado, marcante e profundo, como uma lâmina que penetrava no mais recôndito das almas. E estranhamente, ao tempo que lhe fazia angustiado, lhe emprestava uma aparência feliz e vibrante. Como um arlequim ou um coringa, exibia uma face carregada de mistérios felizes e contradições disfarçadas.
O outro olho era inexpressivo, quase morto, fosco e triste. Na verdade, aqueles olhos eram o espelho da sua alma atormentada e dividida entre a dor estabelecida e a felicidade idealizada.

(Sarah K > set/2006)

terça-feira, setembro 12, 2006

É isto ...

(foto: Helmut Newton)


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“A VIDA HUMANA É BASICAMENTE ISSO, NÃO É? FERIR E PERDOAR.” (Fernanda Young em ARITMéTICA)

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Como anda a sua contabilidade nesta espécie de batalha com armas brancas? Eu lhe pergunto.
A mágoa, o elo nesta ação, não é pelo outro. É sua – de você, com você, para você. Já pensou nisto?
O outro age naturalmente ao relacionar-se.
Sendo o alvo, você encontra-se permeado nas causas deste agir e de seu produto – o sentir. Apenas uma variável procurada ou a consequência da multiplicação de um par, que se adiciona ou se subtrai.

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(Sarah K > set/2006)

sábado, setembro 09, 2006

NUA

..................................... (foto: Mick Payton)

Caetano certa vez musicou um trecho deste poema.
Hoje, trago os trechos que mais gosto – principalmente o final, aqui.
Pena que não encontrei a mp3 na rede para ouvir aqui ...
Mas você pode ouvi-la na Rádio UOL.
Escolha a música "Elegia" com Caetano.
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“o corpo que de tuas saias sai
é um campo em flor quando a sombra se esvai.
(...)
os anjos mostram-se num branco véu aos homens
e se no branco tem contigo
semelhança aos espíritos, distingo:
o que meu anjo põe não é
o cabelo, mas sim a carne em pé.
deixa que minha mão errante adentre
atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
(...)
minha mina preciosa, meu império
feliz de quem penetre o teu mistério.
nudez total! todo prazer provém
de um corpo (como a alma sem corpo) sem vestes.
como encadernação vistosa, feita
para iletrados a mulher se enfeita
mas ela é um livro místico
e somente a alguns (a que tal graça se consente)
é dado lê-la.”


(trechos de ELEGY: GOING TO BE – John Donne)

quinta-feira, setembro 07, 2006

analisando o AnalistA

............................ .......... (tela: Dreams II - Vogeler L.)


Virgem
Agora, entre o final de agosto até finais de setembro, estaremos com o Sol sob o signo de Virgem. Pessoas com Virgem fortemente marcado na sua configuração astral, sejam com Sol, Lua, ascendente ou planetas pessoais, são chamados aqui de virginianos, e não apenas os nascidos neste período.

Virginianos são seres mentais obstinados por organização, método e sistematização. Analíticos, racionais e práticos por natureza, amam a rotina e seus prazeres derivados.
É provável que o armário de um virginiano seja um primor em arrumação. Roupas separadas por cores, ou tipos, ou tamanhos. O computador também não será diferente, terá pastas e mais pastas, uma para cada assunto, com se fossem pequenas gavetas onde armazena separadamente seus apetrechos pessoais. E botem apetrechos nisto, eles adoram guardar coisas e mais coisas ... guardam tudo que podem!
Donos de grande habilidade manual não é raro que sejam excelentes artesãos, pois além de tudo são muito detalhistas e bastante minunciosos.
Não toleram falta de inteligência, abominam a burrice e a falta de espirituosidade.
São pessoas que ao encontrar com você certamente estarão lhe observando com tamanha discrição que com certeza você não perceberá, mas ao final do encontro poderá lhe dissecar completamente, avaliando seus pontos positivos e negativos, de uma forma tão natural quanto espantosa.
Virginianos são muito críticos e por isto, às vezes, passam a sensação de serem muito cruéis e ferinos, uma coisa assim impiedosa diante da imperfeição humana. Mas o problema está justamente aí neste ponto, o virginiano está em busca da perfeição. E sabe quem é a sua vítima preferencial? Ele mesmo.
Donos de uma autocrítica ferina são carrascos de si mesmos, não hesitando também em serem os jurados implacáveis da humanidade.
Por serem demasiadamente severos com si mesmos acabam racionalizando demais seus sentimentos, o que às vezes os impedem de levar a vida de forma mais natural e despreocupada. Precisam aprender a deixar fluir os sentimentos, afinal sentimentos servem literalmente para sentir, e deixar por algumas horas o conforto da racionalidade de lado.

Deixo agora com vocês o depoimento de uma amiga virginiana que achei bastante ilustrativo. Deliciem-se!!

“(...) Eu sei desmontar relógios, mas não sei se eu sei, ou se desejo, montá-los de volta. Em linguajar shakespeariano, dir-se-ia que sou hyper-realistic.
Acho que o verdadeiro verbo de virgem, meu signo, é "eu analiso". Isso pra não ter de assumir a verdade verdadeira, que me obriga a dizer que é "eu critico". Eu constato que a crítica me faz perder muitas coisas. A auto-crítica mais ainda. A própria análise é perigosa. Ela pode ser dilacerante. A obsessão em desmontar o reloginho, pecinha por pecinha, até que todas estejam separadas, me dá uma visão errônea sobre a essência daquele objeto, afinal o todo não é a soma das peças. Uma vez montadas, segundo um determinado projeto, a alma de todo reloginho, e com um determinado design, o corpo de todo reloginho, ele passa a ter vida própria e se torna algo único, ainda que divisível. Quando olho tudo espalhado, posso ver erroneamente a constatar que, visto na essência, aquilo era na realidade uma coisa feia, cheia de graxa, e não cheia de graça. E pior: ainda me achar a tal por causa disso. Aquele reloginho bonito era, na realidade, uma ilusão, que o meu pretenso virtuosismo mecânico (que infelizmente só serve pra desmontar) conseguiu desmascarar. Terrível engano. E tem mais: O esforço por desmontar pode exigir uma dose brutal de energia afetiva. Uma vez procedido o desmonte, eu constato que já foi devidamente extenuante chegar até ali. Montar tudo de novo está acima da minha capacidade.
Conclusão a que chego: nunca se meter a desmontar aquilo que eu não tenho certeza que posso montar de novo.
Conselho que me dou: Analisar sem dilacerar. Analisar para amar mais e mais. Se isso não acontecer, verificar se a análise não virou desmonte. E desmonte não é engraçadinho não.
Enfim...Não se coloque à minha frente como um reloginho... não me dê instrumentos nas mãos, não me dê oportunidade de desmontar porque por mais que eu saiba que eu posso não saber montar novamente, que não devo dilacerar isso, quando o processo se inicia, sai das minhas mãos a capacidade/habilidade de parar e o rio apenas segue seu curso. Será que você me entendeu?” (rose – junho 2006)


(Sarah K > set/2006)

domingo, setembro 03, 2006

praia limpa e a consciência também!




Outro dia, eu e uma amiga conversávamos sobre o quanto ficamos irritadas ao ver a sujeira que toma conta da areia da praia num final de domingo.
Aqui em Salvador, pelo menos, a maioria da população que freqüenta praia aos domingos, não se preocupa em jogar lixo no lixo, segurar o lixo e andar um pouco mais até encontrar uma lixeira é algo que não passa nem de longe em suas cabeças. Heranças da falta de educação ambiental.
Hoje, dia de praia, me voltou este pensamento. Sou aquele tipo de pessoa que cata ostensivamente copos, saquinhos, garrafas plásticas quando anda pela praia, enquanto outros curiosos apenas olham ou me acham maluca.

Pensando nisto tudo, resolvi escrever sobre atitudes responsáveis que podemos ter em relação ao meio ambiente, tais como, produzir menos lixo, ser mais responsável no consumo de água e energia, reciclar mais e sujar menos, contribuir para a redução do aquecimento global, entre outras.

Olhem a seguir algumas curiosidades, atitudes ou informações que podem dar o “start” para despertar uma nova postura, coisas que talvez até saibamos, mas nunca paramos para refletir ou até praticar. A vida moderna, às vezes, nos leva por caminhos bem contrários a elas, mas devemos ter a responsabilidade de promover uma mudança, até porque, querendo ou não já começamos a sentir as conseqüências dos problemas ambientais sobre nossa sociedade.



-A reciclagem de metade do papel do mundo pode salvar 8 milhões de hectares de florestas.
-Um carro médio lança seu próprio peso em CO2 na atmosfera a cada ano.
-Compartilhar o carro com 4 pessoas gera uma economia relativa de 40% de energia, sem contar a redução de emissão de CO2.
-Uma árvore absorve cerca de 22 kg de CO2 por ano.
-Até os pesticidas naturais são letais para as borboletas.
-Cerca de 60% das fraldas descartáveis têm polpa de madeira em sua composição.
-Quase 82% das fraldas descartáveis utilizadas acabam em aterros sanitários.
-O plástico leva mais de um século para se decompor.
-Os americanos jogam no lixo pratos e copos descartáveis que dariam para o mundo inteiro fazer 6 piqueniques por ano.
-100 mil mamíferos marinhos morrem por ano ao comer ou se emaranhar em detritos de plásticos lançados ao mar.
-Os jornais são os maiores componentes de lixo sólido em aterros.
-Alguns papéis podem ser reciclados até 6 vezes ou mais.
-Asfalto feito com pneus velhos dura três vezes mais que concreto.
-No início dos anos 90, New York já usava 30 toneladas de vidro reciclado na pavimentação de ruas.
-Produzir uma pilha descartável consome 50 vezes mais energia do que a mesma gera.
-Para cada 1000 litros de água (o tanque da sua casa) utilizada pelo homem resultam 10.000 litros de água poluída.
-Usando ventilador de teto no lugar de ar condicionado economiza-se 98% de energia.

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Pois é ... não escrevi nenhuma novidade. Mas mesmo sabendo disto tudo, ainda fazemos muito pouco, não é verdade??