sexta-feira, maio 26, 2006

(in) finito és

Foto: Aaron Chang

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Ele olhou para ela e pensou na finitude. Não, não queria o fim! Olhou-a e tentou ver as paralelas no infinito dos seus olhos. Viu-se então refletido ali, mas não como tantas vezes se vira docemente mergulhado num lago tranquilo. Agora parecia perdido num mar revolto lutando inutilmente contra ondas furiosas que lançavam-se contra ele. Debatia-se em vão.
Porque o fim é tão frio?
Tentou inutilmente aquecer-se fechando o casaco contra o peito, mas era o frio da alma que lhe doía nos ossos. Buscou o calor das lembranças, quem sabe delas viesse o ardor, a febre ... o fogo. Buscou assim o fogo da paixão que outrora flamejara, mesmo sabendo que aquelas labaredas jaziam agora mortas e apagadas pelas implacáveis ondas daquele frio olhar.
Por fim fechou seus olhos resignado, e se deixou afogar em silêncio por aquelas mesmas ondas que um dia, calmas e tépidas, levaram-no ao encontro daquele olhar que parecia prometer o infinito.

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(Sarah >maio/2006)
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4 comentários:

tatiana hora disse...

menina apaixonada você!
entenda, num sentido bem amplo.
bjos

Tudo disse...

sim Insensatez ... Nada de grande se faz sem paixão!
;-)

Anônimo disse...

Magical!

http://www.child-book-publishing-ezine.com/moms-solfege.html

Anônimo disse...

Super color scheme, I like it! Keep up the good work. Thanks for sharing this wonderful site with us.
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