domingo, julho 30, 2006

molhados um para o outro

Esta é a arte singular de Martin Waugh, tão lúdica e maleável que não resisti a brincar com ela.
Experimentem também!!
Aqui tem todas: Liquid Sculpture
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Estar só era confortável ... a água era sua única companhia naquele lago.
Sozinho ele meditava ...

... Splash! E ela surgiu com seu vestidinho vermelho. Instalando um contraste fervilhante.

Barcos iam e vinham cortando a calmaria do lago ...


... ela aproximou-se sorridente e apresentou-se com um beijo.


Ele corou ... Um momento de suspense ...


... o calor era intenso, resolveram dar um mergulho.



sábado, julho 29, 2006

Insensatez

....................................... foto: Filipe Santos


O medo paralisa, nos torna momentaneamente cegos, enquanto a paixão que também nos cega, nos impulsiona. A direção que se escolhe, na verdade, é o grande perigo.



Era como andar às cegas num pântano, ou quem sabe, equilibrar-se precariamente numa corda bamba.
Incrível como reencontrá-la, encarar aqueles olhos oblíquos e inescrutáveis, e admirar aquele sorriso velado, falsamente ingênuo, lhe causava uma desconfortável inquietude.
Um frio percorreu sua espinha e ele sentiu medo. Mas, ao mesmo tempo, uma insana e diabólica atração o impedia de recuar. E ele se perguntou: porque nos tornamos, assim, por vezes, vítimas de nós mesmos?
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Paralisou como se o tempo e seus sentidos houvessem sido tragados por um vácuo.
Segundos após, atônito, percebia suas mãos descendo febris e deslizando por aquele corpo, como um caçador que aventura-se por uma mata escura e conhecida, mas não menos perigosa e repleta de armadilhas.
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Assim lançou-se sobre ela, como escravo de um sortilégio, cego, faminto e voraz. E ela o recebeu, doce, úmida e ardente. E aplacou todas as suas angústias. E saciou todas as suas fomes.



(Sarah K >jul/2006)

terça-feira, julho 25, 2006

conjugue-se

(foto: Michał Karcz)


Nós, seres humanos, nos afirmamos através de ações. Segundo a visão astrológica, cada signo possui sua ação específica, caracterizada por um verbo que sintetiza seu potencial.
Veja a seguir as ações potenciais relacionadas a cada signo, elas estão distribuídas aos pares, que correspondem às polaridades do zodíaco; são ações que se complementam.
Contudo, não se espante ao identificar-se com uma ação diversa ao seu signo, você pode estar descobrindo o seu verdadeiro potencial, afinal a Astrologia não se caracteriza pelo determinismo, antes de tudo é um grande poço de conhecimento onde você pode descobrir infinitas potencialidades à medida que se aprofunda no seu estudo.
Aproveite agora e mergulhe mais um pouco!



ÁRIES: eu SOU
SER é sua ação. É o indivíduo em busca da sua auto-afirmação.
LIBRA: nós SOMOS
O verbo ser de Áries, mas no contexto das relações. É o indivíduo em busca da afirmação através dos relacionamentos inter-pessoais.

TOURO: eu TENHO
Ter, o verbo da posse. O indivíduo em busca da sua estabilidade através da posse e da segurança que ela proporciona.
ESCORPIÃO: eu DESEJO
O indivíduo em busca do aprimoramento através do aprofundamento e entrega nos relacionamentos. O sexo como construtor de civilizações.

GÊMEOS: eu CONHECO
Conhecer é o seu verbo. O indivíduo em busca da sua intelectualidade.
SAGITÁRIO: eu VEJO
O visionário. O indivíduo em busca do conhecimento superior, do significado das coisas obscuras.

CÂNCER:
eu SINTO
Sentir é a sua essência. O indivíduo em busca do lugar onde possa ser protegido e amado.
CAPRICÓRNIO:
eu UTILIZO
O indivíduo em busca da sua posição social no mundo utilizando todos seus recursos.

LEÃO:
eu CRIO
Criar é o seu verbo, criatividade é sua ação. É o indivíduo em busca da sua própria autenticidade.
AQUÁRIO: eu SEI
O indivíduo buscando o conhecimento de si mesmo através da vivência social.

VIRGEM:
eu DISCRIMINO
Seleciona em busca do aperfeiçoamento. É a necessidade do indivíduo em atingir uma realidade perfeita.
PEIXES: eu COMPREENDO
Ele escuta e compreende. É o indivíduo em busca da compaixão, do altruísmo e da elevação espiritual.


(Sarah K >julho/2006)

sábado, julho 22, 2006

um homem também chora



foto: J. P. Souza
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Sou uma pessoa que nasceu e cresceu num mundo de força e poder femininos. Fui menina de olhos e orelhas grandes que floresceu cercada desta força. Via minha mãe, diariamente, comandando e nutrindo nossa família. Ia à escola e presenciava outras mulheres, protegidas num hábito, no comando de uma grande instituição.
Cresci acompanhando estórias de mulheres fortes e sensíveis, corajosas e engajadas. Mulheres como Leila Diniz, Frida Kahlo, Simone de Beauvoir, Pagu, Madre Tereza ...
Cresci dentro desta forte perspectiva feminina e foi extremamente natural para mim enxergar o mundo através desta ótica – o poder sensível feminino. Algo tão divino quanto paradoxal.

Ao sair do meu universo particular, me lancei ao mundo e deparei-me com a sociedade machista. Naquele dia, eu adolescente, entre gloriosa e dolorida, percebi que viveria para contestar o “mundo dos homens”, este que prega poder e força masculinos através do machismo.
Naquele tempo também percebi algo contraditório na essência masculina, algo que não combinava com a imagem de força que lhes era imposta. Percebi a fragilidade masculina que se escondia por trás da dolorosa máscara de frieza e força.
Afinal não é fácil ser macho, é preciso ser frio, infalível, forte e poderoso o tempo todo!
Pois é, nem sempre é divertido ser homem. Imagine que eles não têm o direito de chorar. Devem enterrar os filhos ou os pais impassíveis. Não podem dizer “eu te amo” com naturalidade, nem demonstrar muita sensibilidade. Eles escutam desde pequenos: “ora, isto não é coisa de homem!”.
É sabido: Homem não chora. Homem não diz que ama com todas as letras, apenas responde “eu também”. Filmes? Nada de comédia romântica, só aqueles com muita ação e sangue para todo lado. Homem não pode dizer que sente medo, nem que sente dor. Homem não pode usar camisa nem calça rosa, imagine a cueca então! Homem nunca é traído, neste delito nunca é vítima e sim vilão. Homem que é homem nunca “brochou”. E se acontecer? Existe a frase salvadora: “isto nunca me aconteceu antes”.
Realmente, deste jeito, ser homem não é nada fácil! Uma tarefa hercúlea, eu diria.
Mas, felizmente, nem tudo é tão trágico como aparentou ser. E podemos ver por aí muitos homens libertando-se deste fardo e permitindo-se ser fortes de uma forma mais leve e humana. A força que permite fraquezas, que convive com fracassos. A força a que me referi no início deste texto, a força inteligente e sutil da sensibilidade.
E nisto eles têm muito a aprender com as mulheres.

Ei garotos, estamos aqui! Qualquer coisa, gritem!! E podem chorar também ... não dói nada.
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(Sarah K >jul/2006)

domingo, julho 16, 2006

pedaços de mim




Oi gente ... sumi, mas tenho uma desculpa muito boa: alguém muito especial na minha vida precisou muito de mim.
Ando sem tempo para escrever, por isto deixo aqui este poema para vocês e principalmente para mim. Este é um tema delicado, e por vezes difícil, mas nunca deixou de ser algo surpreendente e cheio de surpresas, ensinamentos e alegrias; mas como não pode deixar de ser, como tudo na vida, com suas tristezas implícitas.
Tristezas à parte, agora tudo está bem e pude voltar aqui e deixar um pouco deste misto para vocês.


Poema enjoadinho (Vinícuis de Moraes)
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!



Dedico este poema as minhas filhas Fafá e Lulu ... meus eternos amores e também a todos os pais e mães que passarem por aqui.

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terça-feira, julho 11, 2006

domingo passado no COLISEU ....


O IMPÉRIO CONTRA-ATACA ....













E FINALMENTE ...














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.... MAS OS GAULESES ....

















..... AINDA TÊM O ......

domingo, julho 09, 2006

enterrado

foto: Janosch Simon
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foi num dia branco
ele de branco
ela alva
resplandecente
uma trança nos cabelos
curiosidade de tudo ele tinha
olhou-a demoradamente
como quem investiga o próprio desejo
naquele instante foi capturado
inteiramente
sem chances de fuga
no calor dos dias
o branco virou vermelho

o tempo passou

o branco não mais lhe dava paz
era um roxo angustiante
revezes de uma paixão pungente
era preciso fugir
desfez-se a luz
agora era o
preto
como se dissesse: aqui jaz
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(Sarah K >jul/2006)

sábado, julho 08, 2006

vôo noturno


foto: allposters.com

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Sabe aquelas noites que você dorme como um anjo? Sono puro, tranqüilo, reparador; sono intenso, gostoso, pesado como uma pedra; que de tão pesado nos torna leves e acordamos numa espécie de torpor - levantamos da cama e parece que não tocamos os pés no chão.
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Assim foi esta noite, e acordei com alma de menina.
Uma menina travessa que quer brincar de picula, de esconde-esconde, de médico, correr de pés descalços na chuva, chutando a água das poças, que assalta o guarda-roupa da mãe e monta uma fantasia com vestidos e sapatos grandes, borrando a boca de baton vermelho ... Ah, a liberdade e o descompromisso da infância!
Uma menina meiga que quer brincar de boneca, construir castelos de areia na praia de manhã cedinho, que quer brincar de casinha inventando comida de pedrinhas.
Uma menina sonhadora que olha para o céu e monta desenhos no quebra-cabeça das nuvens, que escuta o bem-te-vi como uma linda sinfonia de Bach e conversa com seu amigo invisível, horas a fio, contando todos os seus mais preciosos segredos. ... E flutua, flutua, flutua, olhando o mundo lá do alto, com suas asas de anjo, seus olhos fantasiosos e sua alma travessa.
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Minha criança interior “inventadeira” acordou feliz! E a sua por onde anda?
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(Sarah K >jul/2006)

quinta-feira, julho 06, 2006

uma coisa na cabeça



Fidelidade

Não é preciso ser muito esperto para deduzir que todos desejam desfrutá-la, já a sua prática é bastante discutível.
A sociedade católica e machista da antiguidade conclamava todos a apedrejarem as mulheres adúlteras, enquanto que para os homens a mesma atitude não resultava em nenhuma crítica ou punição. Para nossa sorte existe uma palavrinha chamada evolução e neste processo chegamos à sociedade contemporânea, que lida de uma forma diferenciada com o assunto, apesar das heranças permanecerem. Os machos ainda se acham no “direito” de trair e não lidam nada bem com o fato quando são vítimas. Enfim, hoje com a emancipação das mulheres, o tabu caiu por terra e estamos todos sujeitos publicamente ao mesmo perigo.

Mas enfim, buscamos segurança dentro de uma relação e, baseada nesta premissa nossa sociedade conseguiu construir um casulo onde a fidelidade é definida como uma obrigação – este casulo é o casamento convencional. Na verdade ao final da cerimônia, quando o padre pronuncia: “até que a morte os separe”, deixa-se a cargo da morte o desfecho de uma relação – uma atitude que eu classificaria como bastante cômoda. E nós, onde entramos com nossa parcela de participação e responsabilidade? Fidelidade, na verdade, deveria ser conseqüência de um relacionamento eficiente e saudável, não uma obrigatoriedade. A mensagem embutida naquela frase do padre é: “você é meu e eu sou sua para todo o sempre, relaxe!”. Deixa-se assim, que uma espécie de lei de propriedade privada domine a cena e gere um falso conforto e segurança, enquanto o cultivo diário de uma relação feliz e bem sucedida é negligenciado. Daí, deste comodismo pré-concebido, nasce a infidelidade, fazendo com que a norma primordial do casamento transforme-se, justamente, na sua pior armadilha.
Então o óbvio acontece: o feitiço acaba virando-se contra o feiticeiro.

E você o que tem a dizer? É só uma coisa que põem na sua cabeça?

sábado, julho 01, 2006

PQP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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O que dizer sobre o que o técnico da seleção francesa comentou a respeito da seleção basileira? Digam! "Jogamos mais, porque estudamos menos", foi isto?
E agora o que dizer, nós brasileiros, diante desta seleção milionária e pobre de futebol, no justo momento em que mais precisava mostrá-lo?? Ao contrário de Raymond Domenech, posso dizer que, em futebol, ganhamos dinheiro demais e jogamos de menos! (desculpem-me se exagero, estou p da vida!!)
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FRANÇA 0X0 SUIÇA
FRANÇA 1X1 CÓREIA
FRANÇA 2X0 TOGO
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BRASIL 1X0 CROÁCIA
BRASIL 2X0 AUSTRÁLIA
BRASIL 4X1JAPÃO
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"sem comentários..."
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Que dizer agora dos "enfants de la patrie"?
Só mesmo uma frase manjada demais: "os últimos serão os primeiros", além da própria seleção, o seu carro chefe, também está posicionado no final (do alfalbeto), Zidane com Z. Ele, o nosso carrasco, durante o jogo, quase não recebeu marcação de verdade, e fez o que quis.
Pois é, estamos FORA, com F de "fui!" A próxima partida ninguém vai assistir de bandeira em punho, ou de camisa no peito, nela partiremos da Alemanha rumo ao Brasil.
Asta la vista ... nos vemos em 2010!

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