sexta-feira, maio 05, 2006

cadê os potes?


... um besteirol prá finalizar a semana!



Nestes tempos de estrela despertei pensando num arco-íris. A beleza, as cores, a poesia, o encantamento, os mitos; nas crenças que temos a seu respeito ... Acho que queria achar o pote de ouro que dizem ter por lá onde ele acaba.

Fala-se muito no grande abismo entre ciência e arte, a primeira lógica, objetiva, enquanto a segunda, intuitiva e subjetiva. Isaac Newton, um dia trouxe-nos à realidade do arco-íris, gotas de chuva, difração e "coisa e tal" .... Assim ele nos explicou a natureza do arco-íris. Por conta disso, naquela época, John Keats um poeta inglês, ficou indignado com o fato de haver explicação científica para um fenômeno tão belo e envolto em crenças e misticismo. O poeta em seus versos acusou Newton de destruir a "poesia do arco-íris"!

... para os curiosos, um trecho do poema:
"Havia um formidável arco-íris no céu de outrora:

Vimos a sua trama, a textura
ele agora consta do catálogo das coisas vulgares.

Filosofia, a asa de um anjo vais cortar,
Conquistar os mistérios com régua e traço,
Esvaziar a mina de gnomos, o ar do feitiço
Desvendar o arco-íris ..."

A poesia do arco-íris continua mesmo após a explicação de Newton: o arco-íris, uma sucessão de círculos concêntricos formado pelas sete cores decompostas tem no seu centro o observador. Vendo desta forma, ao invés do arco-íris estar fixado num lugar particular, há tantos arco-íris quantos olhos contemplando a tempestade. Olhando para a mesma chuva de lugares distintos, observadores diferentes vão formar diversos arco-íris; partindo o céu em dois instantes – raios de sol e gotas de chuva - com sua faixa mágica de cores.
O poeta inglês indignou-se por Newton ter explicado o arco-íris. Mas percebido por esta ótica, o arco-íris não perdeu seu encantamento. Então, de onde veio a frustração? A beleza e a poesia permaneceram. E os potes de ouro? Ah ... esta deve ter sido a grande frustração do poeta, assim como eu agora, deve ter pensado: e os potes, para onde foram!!?? Naquela época não sei o que ele pensou ... Mas, eu aqui e agora, nestes tempos de estrela, apenas pensei em cuecas, "delúbios" e "dirceus".



(Sarah >nov/2005)

3 comentários:

Anônimo disse...

Para onde vão os os poetas?
"Por que as aves e as mulheres fogem, se não vamos molestá-las?" (Álvaro Pacheco - poeta piauiense).
Quer arte maior que Da Vinci, entre um trabalho e outro, pintar sua musa?
Arte... essa sim é uma das coisas que nos afasta dos Delúbios, devaneios...

tatiana hora disse...

quando eu era pequena ficava me perguntando onde era o fim do arco-íris.

Anônimo disse...

Sarita, essa é exatamente a razao pela qual nunca vejo (aliás, detesto!)ver os making off daqueles filmes que amo...destrói a magia.
Também lembrei daquela cronica-poema de Rubem Braga...