Barcos iam e vinham cortando a calmaria do lago ...
... ela aproximou-se sorridente e apresentou-se com um beijo.
Barcos iam e vinham cortando a calmaria do lago ...
... ela aproximou-se sorridente e apresentou-se com um beijo.
Oi gente ... sumi, mas tenho uma desculpa muito boa: alguém muito especial na minha vida precisou muito de mim.
Ando sem tempo para escrever, por isto deixo aqui este poema para vocês e principalmente para mim. Este é um tema delicado, e por vezes difícil, mas nunca deixou de ser algo surpreendente e cheio de surpresas, ensinamentos e alegrias; mas como não pode deixar de ser, como tudo na vida, com suas tristezas implícitas.
Tristezas à parte, agora tudo está bem e pude voltar aqui e deixar um pouco deste misto para vocês.
Poema enjoadinho (Vinícuis de Moraes)
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Dedico este poema as minhas filhas Fafá e Lulu ... meus eternos amores e também a todos os pais e mães que passarem por aqui.
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Fidelidade
Não é preciso ser muito esperto para deduzir que todos desejam desfrutá-la, já a sua prática é bastante discutível.
A sociedade católica e machista da antiguidade conclamava todos a apedrejarem as mulheres adúlteras, enquanto que para os homens a mesma atitude não resultava em nenhuma crítica ou punição. Para nossa sorte existe uma palavrinha chamada evolução e neste processo chegamos à sociedade contemporânea, que lida de uma forma diferenciada com o assunto, apesar das heranças permanecerem. Os machos ainda se acham no “direito” de trair e não lidam nada bem com o fato quando são vítimas. Enfim, hoje com a emancipação das mulheres, o tabu caiu por terra e estamos todos sujeitos publicamente ao mesmo perigo.
Mas enfim, buscamos segurança dentro de uma relação e, baseada nesta premissa nossa sociedade conseguiu construir um casulo onde a fidelidade é definida como uma obrigação – este casulo é o casamento convencional. Na verdade ao final da cerimônia, quando o padre pronuncia: “até que a morte os separe”, deixa-se a cargo da morte o desfecho de uma relação – uma atitude que eu classificaria como bastante cômoda. E nós, onde entramos com nossa parcela de participação e responsabilidade? Fidelidade, na verdade, deveria ser conseqüência de um relacionamento eficiente e saudável, não uma obrigatoriedade. A mensagem embutida naquela frase do padre é: “você é meu e eu sou sua para todo o sempre, relaxe!”. Deixa-se assim, que uma espécie de lei de propriedade privada domine a cena e gere um falso conforto e segurança, enquanto o cultivo diário de uma relação feliz e bem sucedida é negligenciado. Daí, deste comodismo pré-concebido, nasce a infidelidade, fazendo com que a norma primordial do casamento transforme-se, justamente, na sua pior armadilha.
Então o óbvio acontece: o feitiço acaba virando-se contra o feiticeiro.
E você o que tem a dizer? É só uma coisa que põem na sua cabeça?
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