domingo, janeiro 28, 2007

enquadramentos


janelas que descortinam
pelos meus olhos se imaginam
uma doce novidade
ou uma estabelecida realidade
não querem saber

conhecer ou entrever
desejam apenas contemplar
sorver e se encantar
por ela podem recriar
mais uma vez renovar
ou apenas simplesmente

docemente sonhar




(Sarah K > jan/2007)

(foto: Vitaly Bakhvalov)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

sexo, religião e outras coisitas mais ...

Hoje passeando pela rede me deparei com duas personalidades muito curiosas. Nem me perguntem porque elas vieram parar aqui no blog juntas, mas me chamou atenção pela coincidência de encontrá-las quase que simultaneamente. Trago-as então para vocês.
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Este cara é MATISYAHU, um cantor que vai se apresentar esta semana aqui em Salvador, no Festival de Verão. Ele é a mais nova sensação nos EUA, é judeu ortodoxo (sim, daqueles que freqüentam assiduamente uma sinagoga!), tem 26 anos, e seu som é um mix de hip-hop e reggae, canta em inglês, mas também usa o hebraico e o iídiche, as letras evidentemente têm cunho religioso. Mas pasmem, circula a boca pequena pela rede que o cara já barbarizou quando adolescente, abandonou os estudos, virou hippie, fumava maconha e tomava chá de cogumelo. Hoje convertido prega o Torah à “la Bob Marley” e começa a despontar no cenário internacional com 3 álbuns já gravados, além de ser destaque na badalada revista Billboard.
Batendo no liquidificador esta mistura louca, fico aqui pensando na grande jogada de marketing que é tudo isto, a mais conservadora de todas as imagens vinculada a um dos sons mais alternativos e "viajantes" de que se tem notícia.
Quer ver e ouvir? É só passear
AQUI! E ... boa “viagem”!!!

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A outra agradável surpresa foi esta frase “Um indivíduo livre sexualmente é mais livre em todos os aspectos da sua vida. Será muito mais difícil controlá-lo, condicioná-lo” numa associação entre sexo e política. Saí então à procura do autor de indiscutível verdade, já que me identificara totalmente com esta afirmação. Ela é ALÍCIA GALLOTTI, jornalista e escritora argentina, radicada na Espanha, especialista em sexologia.
Tem vários livros publicados sobre sexualidade, e pesquisando descobri que todos são listados em interesses GLS, um posicionamento já esperado por conta da formação judaico-cristã da nossa sociedade. Mas na verdade, ela enfoca o sexo com a mais absoluta naturalidade e conhecimento, abordando o assunto de uma forma bastante objetiva e esclarecedora, com embasamento científico, mas usando uma linguagem bastante accessível.
Vejam trecho de uma entrevista à revista Época quando de sua visita ao Brasil em set/2005 (confesso que adorei o tom irônico logo nas primeiras respostas):
ÉPOCA - Segundo a pesquisa, os brasileiros fazem sexo três vezes por semana.
Alicia Gallotti - Ah, claro, como os argentinos, os italianos e todos os que têm complexo de macho.
ÉPOCA - As mulheres são mais honestas?
Alicia - Talvez com as amigas. Mas são desonestas com o parceiro. Outro dia, assisti a um documentário feito com várias mulheres. A pergunta feita a todas era: você já fingiu um orgasmo? Todas disseram que sim. Não seria mais fácil indicar ao parceiro o que falta?
ÉPOCA - Muitos reclamam da falta de preliminares e de fantasia. Faltam esses cuidados na hora H?
Alicia - O que realmente faz falta é a pessoa se permitir fazer o que gosta. O que não dá é para transar preocupada com a performance. Queixar-se com o parceiro também é ruim. Não se deve dizer: ''Não faça isso, não gosto daquilo''. Sexo não é guerra. Há maneiras de mostrar ao outro o que dá prazer de uma forma mais sensual do que só se queixar.
ÉPOCA - Quais são as principais preocupações que atrapalham o sexo?
Alicia - Achar que tem de ser o melhor amante do mundo, atingir multiorgasmos. Além disso, há momentos na vida em que o sexo é mais presente e em outros não. Sexo é muito mais mental que genital.

Viver de forma mais plena e responsável a sexualidade é um grande desafio e considero um dos melhores caminhos para uma realização pessoal bem sucedida.
Mais de Alicia, leia
AQUI!


(Sarah K > jan/2007)

terça-feira, janeiro 16, 2007

... QUASE

Isto é um exercício de adivinhação astral, uma tentativa brincalhona de descrever “ele” que sabe quase tudo sobre ELE.
Se vocês não estiverem entendendo nada me desculpem, mas, tenham certeza que eu também estou tentando ...
Eu imagino que “ele” deve gostar de organização e método, ser extremamente crítico e exigente consigo e um tanto menos com os outros, ser bastante meticuloso e detalhista ao escrever por conta deste Mercúrio que deve orbitar perto do Sol lá dentro da casa da comunicação. Scorpio surgia no horizonte quando ele nasceu e lhe dotou de uma capacidade de ver e viver a vida com tamanha intensidade e profundidade que muitas vezes lhe dói e noutras vibra de desmedida satisfação. Tudo é fortemente vivido, sentido, e não se deixa para falar depois o que pode ser dito imediatamente de forma dura e ferina, se assim foi decidido.
Ao primeiro choro a Lua brilhava em taurus, tudo isto para lhe causar uma necessidade de conservação. Rotinas estabelecidas trazem segurança e uma enorme alegria de viver, um tom de fidelidade canina que tem com a vida. Estar em casa sempre é bom, curtir o conforto e o aconchego do lar lhe dá aquela sensação de proteção que aquece seu peito. Sabe que “possuir” lhe causa uma baita sensação confortável de segurança, mas se “perder” tudo desmorona dolorosamente ao seu redor. Pode até aceitar mudanças, mas que sejam bem refletidas com muita calma e tempo, sem nenhum toque de impulsividade. Mas e o ciúme? Ah, este deve ser o pior inimigo d”ele”.
Por agora, acabo aqui esta tentativa de falar quase nada sobre quem sabe quase tudo sobre ELE. *risos*


(Sarah K > jan/2007) ......................................................................... (foto: Moscolini)

domingo, janeiro 14, 2007

sempre em frente!

Evolução
(Leila Miccolis)

Meio cabra para escalar montanhas,
meio peixe para emergir profundezas...
Do mar abissal — ancestral
(limo, sal e correntezas) — até à terra:
uma empresa de bilênios de escalada,
em busca talvez da estrada
que só do alto se avista...

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Hoje cumprindo a promessa de falar sobre Capricórnio.
Ontem à noite por coincidência estávamos duas escorpianas num bar com duas amigas capricornianas. Nossa queixa com as duas filhas de Saturno era sobre a rigidez, seriedade e auto-controle destes nativos que não se permitem quase nunca um pouco de impulsividade ou descontração.
Lembrando sempre que esta é uma análise da energia capricorniana e não uma definição dogmática para todos deste signo.
Pessoas com esta energia muito fortemente marcada na sua carta astral natal são persistentes, ambiciosas, auto-controladas, sérias, objetivas, conservadoras, taciturnas, rígidas, determinadas, pacientes, responsáveis, realizadoras e exigentes.
Não existe personalidade mais persistente que esta, quando estabelece um objetivo dificilmente não o alcança, guiados por uma determinação inabalável e um enorme senso de responsabilidade. Ao lado deles pessoas mais descontraídas podem sentir-se pouco à vontade, pois são muito sérios e sizudos, um jeito “sempre alerta” parecendo um radar ambulante. São extremamente controlados, procuram sempre manter-se à distância de situações ou pessoas que exijam muito envolvimento, já que a intimidade e envolvimento emocional são situações que lhes causam muito desconforto pois geralmente podem escapar do seu controle.
Geralmente, por irem sempre em busca dos objetivos são pessoas bem sucedidas materialmente e que valorizam extremamente esta situação. Entretanto devem cuidar-se emocionalmente e buscar compreender-se como estrutura psíquica, evitando repressões que poderão transformar-se em grandes insatisfações emocionais.
Apesar de toda seriedade, determinação e responsabilidade, muitas vezes falta ao capricorniano uma certa dose de confiança, de capacidade de relaxar e deixar as coisas correrem, de se abrir mais, ser menos seletivo e controlado. Isto tudo gera um isolamento que na verdade o deixa infeliz e solitário, condição que ele mesmo se impõe, algumas vezes por escolha, outras por desconfiança e medo de se envolver.
A grande lição de vida para eles é descobrir o equilíbrio entre realização material e emocional, e para isto é imprescindível que quebrem as barreiras do isolamento e frieza e deixem entrar pela janela da sua vida a brisa da descontração e afetividade.

(Sarah K > jan/2007)

quarta-feira, janeiro 10, 2007

¨¨¨¨¨¨ brincadeira ¨¨¨¨¨¨

(clique sobre a foto e veja ampliada ... detalhes surpreendentes)
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muitas cores
umas flores
...
muitos aromas
um segredo
...
e o código
destas barras
você pode colher??
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(maravilhas humanas na natureza)

domingo, janeiro 07, 2007

Ufanismo "sem noção"

Há mais ou menos um mês recebi um mail tipo abaixo-assinado, passe adiante para toda sua lista e blá blá blá (veja AQUI o conteúdo) ... O mail conclamava todos a boicotarem o filme TURISTAS. Achei-o completamente sem propósito e apaguei.
A verdade é que não vou assistir este filme, não porque concorde com estes ufanistas de ocasião, não assistirei simplesmente porque considero este tipo de filme uma porcaria cinematográfica, um pastelão de terror, tipo de filme que não me atrai nem me acrescenta. Não assisti Albergue, nem outros do gênero.
No mail os ditos “patriotas” acusavam o filme de sujar a imagem do Brasil no exterior, o que por conseqüência viria a prejudicar o turismo estrangeiro no país. Será que eles pensam mesmo isto ...?? Não acredito! Nós mesmos aqui, com nossa triste realidade, já afundamos o país na lama e vivemos com o pescoço esticado para não deixar que ela entre de vez pelo nosso nariz. O que um filme de discutível qualidade pode acrescentar a toda esta verdade gritante? Será que estas pessoas não lêem os jornais ou pelo menos não assistem tv? Está aí estampado para quem quiser ver: assaltos diários a turistas no Rio de Janeiro, sob as barbas da polícia. Para que pior propaganda que esta?
Daí comecei a pensar como brasileiro é engraçado, ou melhor dizendo, incoerente. É claro que toda regra tem exceção, mas a maioria dos brasileiros está nem aí para um posicionamento politicamente correto, joga lixo no chão, pára sobre a faixa de pedestre, estaciona em vaga de deficiente físico, nos coletivos ocupa o lugar dos idosos, reelege político corrupto e depois se queixa quando os eleitos por eles aumentam absurdamente os próprios salários, e mais um monte de posturas babacas que envergonham alguns mas que é na verdade o comportamento da grande maioria.
Foi pensando nisto, que outro dia quando recebi um mail de um amigo do orkut falando que ia assisitir TURISTAS, que me solidarizei com ele. Não assistindo, mas com o seu pensamento.

Olha o que tinha escrito no mail:
“Brasileiro é engraçado...
Brasileiro faz de tudo para pagar menos imposto.
Brasileiro move mundos e fundos para escapar do Serviço Militar.
Brasileiro avança sinal vermelho, pára em cima da faixa de pedestres, estaciona em fila dupla, coloca engate no carro para "proteção", compra toca-fitas roubado, adultera a placa do carro para não levar multa, dá uma "cervejinha" para o guarda.
Brasileiro faz "gato" para não pagar água, luz e TV a cabo.
Brasileiro elege uma cambada de ladrões para governar o Brasil. Quatro anos depois, o brasileiro reelege a cambada.
Brasileiro joga papel no chão e urina na rua. O cachorro do brasileiro faz cocô na rua e o brasileiro não recolhe.
Brasileiro vandaliza trem, banheiro, metrô, ônibus, orelhão, estátua, túmulo, propriedade pública ou privada.
Brasileiro gosta de levar vantagem em tudo.
Brasileiro gosta de furar fila, de ser mais esperto que os espertos.
Brasileiro cheira cocaína, fuma maconha. E depois vai fazer passeata contra a violência.
Brasileiro trata mal e explora o turista. E também assalta e mata o turista. Brasileiro ganha muito dinheiro com o turismo sexual.
Brasileiro aplaude filme americano que mostra os podres dos americanos, aplaude o Michael Moore e aplaude aquele cara que passou um mês comendo Big Mac.
Brasileiro não gosta de ver os próprios podres, mas adora ver os podres dos outros.
Aí aparece um filme americano que mostra os podres do Brasil, certas verdades incômodas. Brasileiro tem um surto de patriotismo rastaqüera, se enrola na bandeira e xinga, esperneia, reclama, discursa. Até parece época de Copa do Mundo.
Brasileiro é hipócrita.
Brasileiro é essa merda que o filme americano mostra.”


Este texto foi extraído de uma comunidade do orkut e também pode ser lido aqui no site de JR OLIVEIRA. Leiam também um ótimo artigo sobre o assunto em DUPLIPENSAR.
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Então me digam uma coisa, boicotar o filme vai resolver algum problema deste país? Vai melhorar nossa imagem internacional?? Se quisermos realmente melhorar alguma coisa, que comecemos a repensar nossa postura política, isto sim é indispensável.
Deixo aqui um texto de Brecht para reflexão, que exemplifica muito bem esta nossa realidade de cegos em meio a um tiroteio:
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

Tanta coisa para fazer por este país e um monte de gente preocupada em boicotar um filmeco de qualidade duvidosa (???). Durmam com um barulho deste, mas não usem o “boa noite Cinderela” [riso cínico]!!


(Sarah K > jan/2007)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

... sobre estômagos doloridos e incertezas

Hoje uma postagem docinho em homenagem a todos os apaixonados que sofrem à toa ...
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Hey você aí!!
Não se atormente pensando se aquele cara que deixa seus pés fora do chão também sente uma mínima coisa, seja ela qual for, por você. Eu sei, quase sempre você imagina que não, mas nem sabe o quanto ele sofre e se consome em anseios.
É ... ele parece uma esfinge, fica meio inerte, quase paralisado, meio mosca morta quando lhe vê, e você pensa entre resignada e sofrida: "ai, mas ele nem me nota ...". Na verdade, as palavras faltam quando ele lhe encontra, sente-se meio bobo da corte, seu estômago revira-se inteiro feito máquina de lavar em alta velocidade, as mãos suam frio. Ele quer falar, lógico! Mas as idéias lhe escapam, ele sente-se ridículo, o pensamento embota e aquele texto perfeito ensaiado exaustivamente na noite anterior, na solidão do quarto, simplesmente some e ele emudece quando vislumbra seu sorriso. Ele desmonta e se encolhe, e você sofre pensando em desprezo e abandono. Ah, como é tola a paixão!
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(Sarah K > jan/2007)

quarta-feira, janeiro 03, 2007

mais uma vez

Ano novo ... Novo ano
Mais uma vez adentramos na estação do tempo e entusiasmados embarcamos num vagão novinho em folha - seu número: 2007. Minutos antes, descíamos de um vagão bastante conhecido, cheio de lembranças e realizações, umas muito boas, outras nem tanto, mas todas válidas, ou valiosas, tanto faz.
E repentinamente, como num filme, repassamos nossa história recente, avaliando, ponderando, engolindo certezas e arrotando dúvidas. Com esta bagagem entramos no novo vagão. Ele nos parece muito belo, limpo, claro, aberto e repleto de janelas de possibilidades. Sentamos em nosso banco, podemos escolhê-lo, ao seu lado uma ampla janela onde descortinamos uma vista que transforma-se a cada minuto, cada hora, cada dia, cada mes. Esta paisagem vital está do outro lado e ao mesmo tempo dentro de nós; é a nossa existência que vai passando contínua e momentaneamente colorida pelos tons da novidade. Neste momento misturamo-nos, somos janela, banco, vista, vagão ... Somos tudo e ao mesmo tempo apenas alguém sentado num banco diante de uma janela.
É a vida que continua, ou quem sabe recomeça, e na sua voragem nos carrega sutilmente pelos caminhos da novidade. A velha vida e sua nova roupagem.

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(Sarah K > jan/2007) .................................................... (foto: SUPER 03)