Um dia, já perdido na poeira do tempo, escrevi um relato onde ele ao sofrer um acidente de avião, ficava perdido em uma ilha. São destes escritos pueris de pós-adolescente ainda vitimizada pelos hormônios, que tentarei me lembrar agora.
Foi numa época em que ele era mais magrinho e novinho, mas já prometia tornar-se este homem magnífico (uau!) que é hoje. Para evitar maiores frustrações, quando me vi naquela inusitada situação – eu também me salvara do acidente – decidi optar pela indiferença, já que estávamos só eu e ele naquela ilha perdida. Ele era calado e desconfiado, parecia um bicho de 7 cabeças e, certamente, sentiu grande alívio em me ver fingindo que ele era um Zé ninguém. Eu, ao contrário, fazia enormes sacrifícios para deixá-lo em paz.
O tempo foi passando e devido à vida dura, aquele jovem ainda franzino foi ficando forte, bronzeado, com um ar selvagem, barba mal feita e um aroma corporal hiper natural (rs). Estas coisas de ilha deserta, onde a vida não é nada fácil. Sair à procura de alimento, subir em coqueiros, procurar lenha, fazer fogo, carregar pedras, pescar, cozinhar, tentar construir jangadas e montar cabanas improvisadas que o vento insistia em derrubar. Eu estava me sentindo a própria mulher das cavernas e ele já pensava em puxar meus cabelos, reflexos do isolamento, solidão a dois, sol na cabeça e muito frio durante a noite.
Impossível não criar intimidade numa situação destas, a batalha diária para manter-se vivo nos aproximou. Já estávamos íntimos mesmo, aquela intimidade da convivência, de cooperar, de rir junto e de se aborrecer e brigar também. Em determinados momentos era difícil entrar num acordo, meu jeito controlador se irritava com aquela personalidade leonina de estrela “sei tudo, sou o melhor”, apesar da leve modéstia que no fim tudo salvava. Mesmo assim era excitante esta guerra de egos que aproximava muito mais que afastava. Eu já sabia que ele roncava horrivelmente e ele era vítima de meus pontapés noturnos, tudo na mais santa convivência.
Muito trabalho de dia e noites estreladas, lua no céu, papo na areia junto à fogueira, ou noites úmidas de muita chuva e frio com direito a abraços necessários, fortes e quentinhos. Ocupávamos nosso tempo livre em contar nossas histórias de vida um para o outro. Vários 'climas' tinham pintado, beijos, mãos bobas, outras nem tanto, e só! Para quebrar o gelo, nem música, nem álcool, nem qualquer espécie de droga, só a fome dos hormônios que crescia a cada dia.
O que foi?!! Estão pensando que estou na Lagoa Azul!?? Que nada! Nada de olhos azuis, cabelos louros levemente despenteados, nem maquiadores e figurinistas de Hollywood. Certos dias eu queria morrer. Aquele cabelo que parecia uma palha, a pele nem se fala, as unhas uma lástima, e a depilação, que depilação!? Nestas horas, lógico que eu evitava pensar na Luana Piovanni. Socorro, era o que eu queria gritar!
Foi num destes dias quando eu sonhava com um maravilhoso salão de beleza, que Rodrigo parecia mais ousado, um olhar faminto e o ar que parecia elétrico, carregado daquela energia masculina que faiscava. O dia foi uma lástima, várias discussões, o vento destruiu a cabana, eu estava uma pilha, ele sem paciência, ambos irritados. Eu pensava em cremes, máscaras faciais, massagens capilares, numa sessão de yoga. Estava de saco cheio de dormir mal, acordar cheia de areia pelo corpo, com a pele irritada e fustigada pelo capim, de usar pedras para lixar as unhas ou aparar cabelos e usar plantas xerófilas para massageá-los inutilmente, além daquela polpa de coco melificada numa tentativa mirabolante de hidratar a pele. Pqp, como mulher é um bicho chato, sofre à toa!! Enquanto isso, ele contentava-se em prender o cabelo com um fio de palha, aparar a barba com lascas de pedra e continuava lindo, perfeito e selvagem com aquela pele áspera e bronzeada, aqueles músculos naturalmente adquiridos e na cabeça a única preocupação que ocupa a mente masculina, toda vez que me olhava semi nua dentro daqueles farrapos que restaram da minha roupa.
Aquela noite caiu pesada e abafada, um calor insuportável, meus seios doloridos e inchados, uma cólica insuportável, aquele monte de areia sobre a palha, os mosquitos zunindo no meu ouvido e picando meus tornozelos, uma irritação crescente com tudo à minha volta, uma p*** vontade de gritar e chorar. Faltava nada para eu explodir no vulcão da minha tpm, quando ele veio se encostando em mim, eu não agüentei e bradei irritada: “putz, que calor insuportável, dá para você deitar lá do outro lado?” Ele me olhou abismado e ainda tentou ensaiar uma insistência, mas eu me sentia um bicho, olhei feio e o empurrei sem paciência. Acreditam?!! Ele tentou, insistiu e eu não dei. Fui dormir, e ai de quem tentasse me dissuadir disto!
Ao abrir os olhos na manhã seguinte, pensei que tinha surtado, olhei para o lado e ele não estava lá, mas 'pollyanamente' na insanidade da tpm me conformei, estávamos perdidos mesmo ali, quem sabe para sempre, daí pensei: “ah, melhor assim, só porque ele é o Rodrigo Santoro e 'se acha' está pensando que vai ser fácil ?!!”
Mais um dia começava e, perto da praia, ele fitava o horizonte, eu o observava de longe tentando escapar de sua ira masculina. De repente ele gritou, apontando: “um barco, olha, ali!” Ele veio correndo, me abraçou empolgado e disse “estamos salvos!”. Rimos nervosos e começamos a gritar, pular, abanar as mãos, fazer sinais de fumaça. Por sorte o barco passava nas proximidades da costa e nos viu. Quando o homem tentava ancorar perto da praia, minha ficha caiu. Ele desceu e veio ao nosso encontro e nesta hora eu quase disse: “oh moço, dá para voltar mais tarde?”
Rodrigo ria quase sem acreditar, eu tentava parecer feliz, mas na verdade queria era chorar só de pensar na noite anterior. Que salão de beleza que nada! Maldita tpm!
Nem preciso contar que até hoje lembro minha raiva e frustração naquela hora, né gente?! O mesmo raio não cai nunca duas vezes no mesmo lugar. Burraaaaaa!!
Ainda bem que daqueles dias ficaram diversas lembranças nem tão desagradáveis como a última ... (rs). Para vocês garotas deixo esta receita natural de beleza, perfeita para pele ressecada:
A polpa do coco verde é um hidratante rico em potássio e óleos. Pegue um coco verde com água, separe a água, faça uma papa com a polpa e vá juntando a água aos poucos até obter uma consistência cremosa. Passe uma camada bem espessa desse creme no rosto limpo e deixe por 30 minutos. Retire a máscara com a água de coco restante. Use também em todo o corpo para reduzir o ressecamento.
E para os garotos? Ah, falem com o Rodrigo ...
(Sarah K >dez/2006) (foto: globo.com)
Foi numa época em que ele era mais magrinho e novinho, mas já prometia tornar-se este homem magnífico (uau!) que é hoje. Para evitar maiores frustrações, quando me vi naquela inusitada situação – eu também me salvara do acidente – decidi optar pela indiferença, já que estávamos só eu e ele naquela ilha perdida. Ele era calado e desconfiado, parecia um bicho de 7 cabeças e, certamente, sentiu grande alívio em me ver fingindo que ele era um Zé ninguém. Eu, ao contrário, fazia enormes sacrifícios para deixá-lo em paz.
O tempo foi passando e devido à vida dura, aquele jovem ainda franzino foi ficando forte, bronzeado, com um ar selvagem, barba mal feita e um aroma corporal hiper natural (rs). Estas coisas de ilha deserta, onde a vida não é nada fácil. Sair à procura de alimento, subir em coqueiros, procurar lenha, fazer fogo, carregar pedras, pescar, cozinhar, tentar construir jangadas e montar cabanas improvisadas que o vento insistia em derrubar. Eu estava me sentindo a própria mulher das cavernas e ele já pensava em puxar meus cabelos, reflexos do isolamento, solidão a dois, sol na cabeça e muito frio durante a noite.
Impossível não criar intimidade numa situação destas, a batalha diária para manter-se vivo nos aproximou. Já estávamos íntimos mesmo, aquela intimidade da convivência, de cooperar, de rir junto e de se aborrecer e brigar também. Em determinados momentos era difícil entrar num acordo, meu jeito controlador se irritava com aquela personalidade leonina de estrela “sei tudo, sou o melhor”, apesar da leve modéstia que no fim tudo salvava. Mesmo assim era excitante esta guerra de egos que aproximava muito mais que afastava. Eu já sabia que ele roncava horrivelmente e ele era vítima de meus pontapés noturnos, tudo na mais santa convivência.
Muito trabalho de dia e noites estreladas, lua no céu, papo na areia junto à fogueira, ou noites úmidas de muita chuva e frio com direito a abraços necessários, fortes e quentinhos. Ocupávamos nosso tempo livre em contar nossas histórias de vida um para o outro. Vários 'climas' tinham pintado, beijos, mãos bobas, outras nem tanto, e só! Para quebrar o gelo, nem música, nem álcool, nem qualquer espécie de droga, só a fome dos hormônios que crescia a cada dia.
O que foi?!! Estão pensando que estou na Lagoa Azul!?? Que nada! Nada de olhos azuis, cabelos louros levemente despenteados, nem maquiadores e figurinistas de Hollywood. Certos dias eu queria morrer. Aquele cabelo que parecia uma palha, a pele nem se fala, as unhas uma lástima, e a depilação, que depilação!? Nestas horas, lógico que eu evitava pensar na Luana Piovanni. Socorro, era o que eu queria gritar!
Foi num destes dias quando eu sonhava com um maravilhoso salão de beleza, que Rodrigo parecia mais ousado, um olhar faminto e o ar que parecia elétrico, carregado daquela energia masculina que faiscava. O dia foi uma lástima, várias discussões, o vento destruiu a cabana, eu estava uma pilha, ele sem paciência, ambos irritados. Eu pensava em cremes, máscaras faciais, massagens capilares, numa sessão de yoga. Estava de saco cheio de dormir mal, acordar cheia de areia pelo corpo, com a pele irritada e fustigada pelo capim, de usar pedras para lixar as unhas ou aparar cabelos e usar plantas xerófilas para massageá-los inutilmente, além daquela polpa de coco melificada numa tentativa mirabolante de hidratar a pele. Pqp, como mulher é um bicho chato, sofre à toa!! Enquanto isso, ele contentava-se em prender o cabelo com um fio de palha, aparar a barba com lascas de pedra e continuava lindo, perfeito e selvagem com aquela pele áspera e bronzeada, aqueles músculos naturalmente adquiridos e na cabeça a única preocupação que ocupa a mente masculina, toda vez que me olhava semi nua dentro daqueles farrapos que restaram da minha roupa.
Aquela noite caiu pesada e abafada, um calor insuportável, meus seios doloridos e inchados, uma cólica insuportável, aquele monte de areia sobre a palha, os mosquitos zunindo no meu ouvido e picando meus tornozelos, uma irritação crescente com tudo à minha volta, uma p*** vontade de gritar e chorar. Faltava nada para eu explodir no vulcão da minha tpm, quando ele veio se encostando em mim, eu não agüentei e bradei irritada: “putz, que calor insuportável, dá para você deitar lá do outro lado?” Ele me olhou abismado e ainda tentou ensaiar uma insistência, mas eu me sentia um bicho, olhei feio e o empurrei sem paciência. Acreditam?!! Ele tentou, insistiu e eu não dei. Fui dormir, e ai de quem tentasse me dissuadir disto!
Ao abrir os olhos na manhã seguinte, pensei que tinha surtado, olhei para o lado e ele não estava lá, mas 'pollyanamente' na insanidade da tpm me conformei, estávamos perdidos mesmo ali, quem sabe para sempre, daí pensei: “ah, melhor assim, só porque ele é o Rodrigo Santoro e 'se acha' está pensando que vai ser fácil ?!!”
Mais um dia começava e, perto da praia, ele fitava o horizonte, eu o observava de longe tentando escapar de sua ira masculina. De repente ele gritou, apontando: “um barco, olha, ali!” Ele veio correndo, me abraçou empolgado e disse “estamos salvos!”. Rimos nervosos e começamos a gritar, pular, abanar as mãos, fazer sinais de fumaça. Por sorte o barco passava nas proximidades da costa e nos viu. Quando o homem tentava ancorar perto da praia, minha ficha caiu. Ele desceu e veio ao nosso encontro e nesta hora eu quase disse: “oh moço, dá para voltar mais tarde?”
Rodrigo ria quase sem acreditar, eu tentava parecer feliz, mas na verdade queria era chorar só de pensar na noite anterior. Que salão de beleza que nada! Maldita tpm!
Nem preciso contar que até hoje lembro minha raiva e frustração naquela hora, né gente?! O mesmo raio não cai nunca duas vezes no mesmo lugar. Burraaaaaa!!
Ainda bem que daqueles dias ficaram diversas lembranças nem tão desagradáveis como a última ... (rs). Para vocês garotas deixo esta receita natural de beleza, perfeita para pele ressecada:
A polpa do coco verde é um hidratante rico em potássio e óleos. Pegue um coco verde com água, separe a água, faça uma papa com a polpa e vá juntando a água aos poucos até obter uma consistência cremosa. Passe uma camada bem espessa desse creme no rosto limpo e deixe por 30 minutos. Retire a máscara com a água de coco restante. Use também em todo o corpo para reduzir o ressecamento.
E para os garotos? Ah, falem com o Rodrigo ...
(Sarah K >dez/2006) (foto: globo.com)
21 comentários:
Oi Sara!!!!
Muito boa essa historinha com Rodrigo Santoro....(ainda bem q não tenho tpm)rsrsrsrsrs
bjos
Marisa
Rodrigo santoro é forçar muito a barra eheheheheh
Para isso que serve a imaginaçao Sari!!!! olha os luxos !!!!
rsrs
Uia...
Ja é um roteiro para um próximo episódio ^^
Nha gostei da escrita...
:****
É para isso que servem as doces ilusões da juventude. Depois nos dizem que os delírios são coisas passageiras... Ainda bem que não acredito nisso.
Beijos Sarah.
Ps. finalmente cuidei um pouquinho do meu blog e atualizei alguns links por lá, sinta-se linkada (risos).
Mais beijos e até o próximo enternecer...
Sarah, atualizamos o nosso blog, temos uma retrospectiva do trabalho desse ano.
Esperamos o seu comentário.
Willam & Odilene
Sara passo com mais tempo depois. Adorei o template novo!
Bjo
Ih ! essa cara nova tá demais !!
música legal, aspecto suave, mais aquele carinha e as palavras de Sarita!!!
UAUUUUUUUUUUUUU
Xi...
tá chique, han?
Um cheiro, minha linda.
Pô, Sarinha,
vc me convida pro seu blog pra eu vir aqui e vc elogiando esse mané?
Enciumei.
Beijo.
Gérson
absurdo,vi q ta td diferente,mas num lembro como era,e olha q vi ontem,d kalker forma,ta bunitu,bom dia,boa sorte
Olá Sara!Venho agradecer a visita! Vai continuando a contar estas histórias...
Beijo
vim deixar um beijo, de quem tá com o pé com um leque para sair de férias...
gosto moito do que pos, pero podes decirme o nome da musica que tes ahi posta,
^^
Beijo e bom fim de semana
:***
Sarah!!!! ADOREI!!!!!
Vc nem imagina como eu pago um pau pra esse cara... Huahauhuahauh
Mto bom mesmo!!!
=]]
*Suspiros*
Não me importaria nadinha de me perder em uma ilha deserta com o Santoro.
Aliás, me perderia em qualquer lugar com ele. :P
Sarinha.... ficou lindo o blog!!
Cuidado hein.. isso é viciante!!!! hehehe
Beijinho pra vc..
Ai que chato....
Ficar perdida em uma ilha deserta com ninguém mais que Rodrigo Santoro!!! Quem não baba ao olhar pra esse cara? Que imaginação hein, garota! Mas confesso que às vezes também tenho essas viagens... Bjokas...
Hahahaha...quem é q naum tem uma fantasia dessas pra contar??? rsrs
Um grande beijo querida!!!! Com direito a ilha deserta e gatão!!!
Olha! Ficar perdida numa ilha com Rodrigo, deve ser tudo de bom, risos... Mas só em sonho mesmo! A realidade é outra, risos... Enquanto isso não acontece, fico por aqui, beijos...
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