quarta-feira, novembro 29, 2006

reEXISTIR

(Danae - KLIMT)


Hoje enfim sai o post prometido sobre Escorpião. Ando completamente atrasada com meus posts de Astrologia, mas este, pelo menos, saiu no mês do meu aniversário. Parabéns, mesmo atrasado a todos os escorpiões que passarem por aqui!


A pequena morte
(Eduardo Galeano)

“Não nos provoca riso o amor
quando chega ao mais profundo de sua viagem,
ao mais alto de seu vôo:
no mais profundo, no mais alto,
nos arranca gemidos e suspiros,
vozes de dor, embora seja dor jubilosa,
e pensando bem não há nada de estranho nisso,
porque nascer é uma alegria que dói.
Pequena morte, chamam na França,
a culminação do abraço,
que ao quebrar-nos faz por juntar-nos
e perdendo-nos faz por nos encontrar
e acabando conosco nos principia.
Pequena morte, dizem;
mas grande, muito grande haverá de ser,
se ao nos matar nos nasce.”


Quando se afirma que escorpianos são seres dotados de grande energia sexual, nem sempre se imagina qual a conotação verdadeira do sexo para eles. Através dele o escorpiano busca sua verdadeira essência, na entrega ele busca o encontro com si mesmo, o verdadeiro sentido da vida, a plenitude da existência, pois no êxtase da “petit mort” ele se renova e fortalece sua essência. Através do sexo reafirmam sua forte relação com o poder.

A simbologia de Escorpião está intimamente ligada à morte, à transformação a ao ressurgimento. Este trecho de Fernando Pessoa ilustra bem este significado: "Pela morte vivemos, porque só somos hoje porque morremos para ontem. Pela morte esperamos, porque só poderemos crer em amanhã pela confiança da morte de hoje. Tudo o que temos é a morte, tudo o que queremos é a morte, é morte tudo o que desejamos querer (...)”.
Você pode ter pensado: “que deprê...”, mas não, isto é profundo, questionador, foge das superficialidades e frivolidades mundanas e nos lança em reflexões menos imediatistas!
A mudança encontra-se na verdadeira estrutura das coisas e dela não existe escapatória. Transformar-se é o destino de tudo que ousou tornar-se vivo. Neste sentido encaixa-se o conceito de morrer e renascer. A morte ou destruição, no sentido físico, psicológico ou simbólico representa a falta de adaptação a novas circunstâncias ou exigências da existência. Quando algo deixou de ser útil e a morte fustiga uma nova vida, rumamos à obscuridade para então ressurgirmos e florescermos na luz do re-nascimento. Uma vida só é possível com a morte de outra. O início, o fim, o início... Num eterno retorno.
Por isto esta necessidade de aprofundar e transcender que sentem as pessoas com Escorpião fortemente marcado no Mapa astral. Eles precisam sentir verdadeiramente a essência das coisas, das pessoas e da própria vida. Difícil encontrar alguém deste período do zodíaco que se apresente ou comporte-se superficialmente. Aprofundar-se em tudo é seu objetivo, sentir com intensidade é sua realização. A vida ao lado de alguém de Escorpião jamais parecerá sem sentido e banal, sempre será colorida por uma densidade questionadora que busca nada mais nada menos que o aperfeiçoamento. Frivolidade passa ao largo do seu caminho.

São seres misteriosos, magnéticos, sensuais, investigativos, frios, ciumentos, desconfiados, intuitivos, profundos, sedutores, místicos, agressivos, dominadores, seletivos, estrategistas, vulcânicos, possessivos, intensos, vingativos, ferinos e cruelmente francos.
Aproveitando um pouco do folclore que existe em torno desta personalidade controvertida, vou incluir uma pitada de acidez na análise com um texto publicado na Folha on-line, uma versão cínica e irônica sobre os signos do zodíaco. Olhe
AQUI o que eles falam dos Escorpiões. O “Horóscopo Maldito” joga pesado com os pobres escorpiões, parece ser uma sina. Em outra associação – com a Santa Ceia (da Vinci) – são relacionados a Judas Escariotes. Excessos que devem ser desmistificados, eu diria. Na verdade esta simbologia abrange extremos, é ao mesmo tempo o signo das alturas e das profundezas, tudo deve ser experimentado e examinado, desde o mais fundo dos esgotos aos mais altos vôos da evolução.

Quer sair correndo quando algum se aproxima de você? Realmente, se facilmente você se acovarda diante de um, é melhor evitá-lo; escorpianos não toleram falta de coragem e fraqueza. Mas se aprecia desafios e é destemido, encontrou a companhia perfeita! A vingança escorpiana baseia-se no conceito de dívida, e dívidas deverão ser pagas mais cedo ou mais tarde. Desta forma eles geralmente deixam que o universo conspire a seu favor, um belo dia seu devedor será cobrado e evidentemente ele estará por perto. São criaturas que acreditam no “aqui se faz, aqui se paga”, mas não se enganem, são extremamente justos, e na mesma medida, muito frios e insensíveis na aparência, enquanto no seu íntimo fervilham com a intensidade dos seus sentimentos. Para uma boa convivência deve-se respeitar seu espaço pessoal, pois detestam invasões de privacidade e apreciam muito sua individualidade, não abrindo mão de seus segredos. Por isto mesmo, termino aqui esta análise, afinal nem tudo deve ser dito sobre eles.

Enfim, ao cruzar com um, aproveite plenamente este contato, pois depois dele você nunca mais será o mesmo, pode acreditar!



(Sarah K > nov/2006)


segunda-feira, novembro 27, 2006

inutil-Mente

(Tree forgivness - tela de Sir Edward Burne-Jones)



[“Eu quero a sorte de um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida...” (Cazuza). Estoriazinha tola largada ao vento, inspirada na cegueira das complicações]



Diante daquela tensão recheada de pensamentos libidinosos, mãos frias e silêncios constrangedores, ele disse: “foi você quem começou”, e ela pensou: “e daí, que importa?”.
Afinal, quando começou?
Foi quando ela roçou sua calça com seus dedos febris, ou quando você mexia-se ansioso tentando chamar-lhe atenção?
Nenhuma coisa nem outra meu caro, tudo pode ter começado num tempo já perdido nas cinzas, mas vivamente marcado a ferro e fogo na angústia de lembranças por vezes não muito bem vindas e forçosamente adormecidas, mas que ressurgem nalgumas noites de perdida solidão na imensa falta que ela lhe faz. Ou quem sabe tudo recomece, simplesmente incitado, pelo melancólico vazio reincidente da sua vida.

Divertido era vê-lo martirizando-se, apavorado diante de inevitáveis reações que como um demônio lhe empurravam perigosamente para ela; lutando contra algo que no seu íntimo ecoava estridente, enquanto inutilmente tentava cerrar os ouvidos, negando o óbvio. Curioso como o medo lhe tornava tolo e infantil, e ao contrário do que esperava, lançava-lhe inevitavelmente ao encontro dela.

Fitou-a assustado, olhos pretos arregalados em pânico, entre a fuga e o inevitável. Afinal era preciso terminar o que alguém havia começado.

_ Quem... ?
_ Isto importa realmente meu bem?



(Sarah K > nov/2006)

sábado, novembro 25, 2006

* ZEN *

(foto: Geoffroy Demarquet)

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Em homenagem a todos que ‘se acham’.


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Quem eu sou?
Algumas ou muitas vezes você já deve ter se questionado a respeito. Ou talvez... Nunca (!!?)

Quando?
Onde?
Por quê?

QUANDO era muito jovem, tudo era perfeito, limpo, maravilhoso e claro. Porém, algo que se instalava em meio a seu suposto equilíbrio incomodava feito ferida aberta.
Teria surgido assim a pergunta?
Quem sabe, foi naquele INSTANTE quando sentiu-se terrivelmente só, desamparado e esquecido, criticado e menosprezado pela sua até então desconhecida insignificância? Ou QUANDO tudo era dificilmente complicado, melancólico, nebuloso, triste e dúbio e, martelava a pergunta: “porque o orgulho me abandonou?”
Ou, talvez, PORQUE naqueles dias quando sentiu-se cinzento, desgastado, sombrio e encolhido, ninguém percebeu seu brilho sutil.

A resposta, por certo, ainda encontra-se num processo construtivo que beira um estado de pânico, ou talvez, prenda-se à mudez de uma covardia envergonhada, ou quem sabe à arrogância do desconhecimento. Talvez, ironicamente, escancare-se aos conscientemente desavisados, menos a você.
Não importa.
Esta questão complexa, insistente e difícil, com certeza atormenta e desafia, dolorosa e surpreendentemente a todos neste percurso vacilante e desafiador que denominamos Vida. Questão inquietante com certeza, mas certamente corriqueira e desconcertante.

Acalme-se!
O segredo parece estar na simplicidade, na calma e no silêncio.
Talvez por isto, nós, ocidentais, nesta busca muitas vezes nos encontremos perdidos.



(Sarah K > nov/2006)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Prazer e PAZ

.............................. (escultura de Nicolau Rollo representando Orfeu e Eurídice)

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Dêem uma olhada neste curioso SITE que conclama homens e mulheres em todo o planeta à pratica sincronizada do sexo (com orgasmo) no primeiro dia do solstício de verão – 22 de dezembro – em favor da paz mundial.
Para tanto, neste dia, ao fazermos sexo, deveremos fixar o pensamento na idéia da paz, antes, durante e depois do orgasmo. Deduz-se que, neste dia, quanto mais orgasmos tivermos, melhor!
O evento tem como objetivo barrar as energias de violência e guerras sobre o planeta.

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Se fazer sexo já é tão bom, imaginem com um objetivo tão nobre?!!! Ocorrerão overdoses? E você, dará sua contribuição?


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(Sarah K > nov/2006)

terça-feira, novembro 21, 2006

I am back!

(detalhe - GAUDI)
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"Quanto mais me despedaço, mais fico inteira..." (Cecília Meireles)
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Tempo de renovação e fui trocar de pele, renovar a alma, ressurgir de mim mesma, como legítima escorpiã. Voltei ainda mais despedaçada e prometo continuar despedaçando-me a cada dia, pois só desta forma poderei ser Eu mesma.
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Volto logo, logo com um post sobre Escorpião ... que não poderia faltar aqui neste Blog (rs)
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(Sarah K > nov/2006)